Jean-Baptiste Debret

Debret, nascido na França em 1758, foi um pintor, desenhista e professor. Irmão de um arquiteto e primo de Jacques Louis David, pintor com a maior influência durante o arcadismo e líder da escola neoclássica francesa, de quem recebeu aulas na Escola de Belas Artes de Paris. Devido a necessidade de engenheiros durante a revolução francesa, Baptiste foi selecionado, junto dos outros melhores alunos, para um curso de engenharia e trabalhou na área por alguns anos até ser contratado como professor de desenho.

Mesmo tendo formação neoclássica, suas obras iam além do movimento, muitas vezes se misturando com o romantismo que em contra partida ao arcadismo dava muita importância às emoções e aos sentimentos, até mesmo aquelas presentes nos acontecimentos rotineiros e banais. Isso faz com que muitos estudiosos o indiquem como um artista de transição entre os dois movimentos.

Durante seu tempo na França suas obras eram claramente arcadistas e grande maioria tinha como tema Napoleão Bonaparte, que era um dos principais mecenas para artistas do arcadismo. Mesmo retratando Napoleão, não chegou a pintar nenhum momento histórico extremamente relevante, no máximo homenagens e cerimônias. Dentre suas obras reconhecidas encontram-se “Régulus voltando a Cartago” e “Primeira distribuição das Cruzes da Legião de Honra, em julho de 1804”.

Primeira distribuicao das Cruzes da Legiao de Honra-Debret
Primeira distribuição das Cruzes da Legião de Honra, em 14 julho de 1804.
Régulus partant pour Carthage
Régulus voltando para Cartago

Debret no Brasil

Em 1817, após a queda de Bonaparte, veio ao Brasil como parte da missão artística francesa e fundou a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, cujo nome mudou alguns anos após para Academia das Belas Artes e atualmente tornou-se a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante seu tempo no Brasil, Jean era uma espécie de pintor da corte, mas já não via a essência do neoclassicismo na nossa monarquia, todo o heroísmo com influências greco-romanas representado por seu primo não estava presente aqui. Todavia isso não o impediu de pintar alguns quadros com fortes traços de tal movimento, que podem ser observados abaixo.

SEgundo Casamento de D.PEdro I
Segundo Casamento de D. Pedro I
Dom João VI
D. João VI

Foi durante seu tempo no Brasil que começou a fugir do arcadismo e pertencer ao romantismo. Por causa da falta do heroísmo na realeza, Debret foi em busca de novas inspirações pelas ruas do Rio de Janeiro, e foi lá que encontrou seu novo recorrente tema, a escravidão. Quando voltou à França publicou “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, que retrata a crueldade e a tristeza envolvidas na relação do escravo com o home branco. Além da escravidão, algumas de suas obras demonstram indígenas, essas ainda sofriam uma influência maior do arcadismo, mas muitas foram denunciadas por plágio.

Debret_negra_vendendo_caju
Negra Tatuada Vendendo Caju

Fontes:
http://linux.an.gov.br/mapa/?p=3591
http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=827&sid=101
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret
http://lounge.obviousmag.org/cafe_amargo/2013/05/debret-e-a-negacao-do-neoclassicismo-brasileiro.html

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